Volante da década no futebol espanhol, Baraja é um dos grandes ídolos do Valencia, clube com o qual tanto se identificou (AP Photo)
Se jogasse no futebol inglês, Baraja seria classificado como um meio-campista box-to-box, ou seja, um atleta que cumpre todas as funções da meia-cancha. “El Pipo”, como foi apelidado, conquistou quase tudo no futebol espanhol vestindo a camisa do Valencia, clube em que passou dez anos e levantou cinco taças.
Nascido em Valladolid, Baraja começou no futebol em casa e com 18 anos iniciou sua caminhada no time B pucela. Porém, ele só jogou três anos pelo clube da cidade natal, onde ora estava com os profissionais, ora alinhava junto à segunda equipe. “El Pipo” mostrou qualidade e chamou a atenção do Atlético de Madrid, que acabou o contratando para sua filial. Jogando em Madrid, ele evoluiu muito seu jogo, mas fez seu debute na equipe principal colchonera apenas no último ano que vestiu rojiblanco. Mostrando boa precisão nos passes, arremates de fora da área e bolas paradas, além de visão de jogo e força no jogo aéreo, Baraja foi vendido ao Valencia.
Foi com os Ches que Baraja alcançou o sucesso e se tornou integrante da seleção espanhola. A primeira convocação ao time principal da Roja veio no ano do debute no Valencia, em 2000, e a partir daí, chamados da fúria ocorreram até 2005. Baraja representou o país na Copa do Mundo de 2002 e na Eurocopa de 2004. Nas duas competições a Espanha não foi bem. No Mundial, perdeu para Coréia do Sul, nas oitavas de final, em jogo recheado de polêmicas. Já na Euro disputada em Portugal, os espanhóis fizeram pior e foram eliminados na primeira fase, no grupo que contava com os futuros campeão (Grécia) e vice (Portugal) do torneio. Um ano após o fracasso na competição europeia, o meia deixou La Roja, onde jogou 43 vezes e marcou sete gols.
Baraja se tornou um ídolo Ché, pois era um líder em campo, e juntamente com Albelda formou uma das duplas de meias-centrais mais completas dos anos 2000. Ambos (Albelda era reserva e participou do segundo tempo) estavam na final da Liga dos Campeões de 2000-01, quando o forte Bayern de Munique só venceu os valencianistas na disputa de pênaltis. Porém o auge foi alcançado sob o comando de Rafa Benítez, quando o Valencia fez frente a Barcelona e Real Madrid por pelo menos quatro anos. Primeiro Baraja foi titular da equipe, que venceu La Liga em 2001-02 com sete pontos de vantagem para o vice-campeão Deportivo e contando com a melhor defesa do campeonato.
A grande temporada ocorreu em 2003-04. “El Pipo” foi um dos pilares dos Ches, que venceram três títulos durante a temporada. Dessa vez o vice-campeonato ficou com o Barcelona e novamente a defesa – protegida por Baraja – recebeu o prêmio de menos vazada de La Liga. Mas a grande conquista foi a Copa UEFA. A forte equipe campeã contava com Cañizares, Ayala, Marchena na defesa, Albelda, Baraja e Vicente no meio e a dupla Angulo e Mista no ataque. Na final, o Marseille de Drogba não conseguiu evitar a derrota por 2 a 0. De quebra, o valencianos ainda levaram a Supercopa da Europa ao vencer o Porto – já sem Mourinho e Deco – por 2 a 1, o importante Baraja anotou o primeiro da conquista e foi eleito o melhor jogador da partida, pela UEFA.
O Valencia perdeu alguns atletas importantes das conquistas e Rafa Benítez também se foi. Porém, Baraja seguiu na equipe e ainda fez parte de mais um elenco campeão. Em 2008, era o capitão da equipe que contava com David Villa e David Silva e que se sagrou campeã da Copa del Rey sobre o Getafe.
Depois da última conquista, Baraja seguiu com Los Che mais dois anos, até se aposentar no final da temporada 2009-10. Frente ao Tenerife, no dia 16 de maio, ele fez sua última partida como valencianista, que ocorreu em “sua casa”, o Mestalla. Ao entrar em campo, os jogadores fizeram o famoso pasillo para recebê-lo e algumas crianças fizeram um mosaico no gramado, com seu apelido e seu número: Pipo 8. Além disso, ele recebeu uma placa de agradecimento do Valencia. Quando foi substituido, entregou a faixa de capitão ao companheiro Marchena e saiu de campo sendo aplaudido de pé sob gritos de "Pipo, Pipo!". Ao final do jogo, retornou ao gramado, agradeçeu aos torcedores e foi carregado pelos companheiros. No Valencia, foram dez anos, cinco títulos, 262 jogos e 42 gols, números que deixam “El Pipo” marcado na história dos Che.
Hoje Baraja trabalha como comentarista de futebol em duas frentes na Espanha, a televisão valenciana, Canal Nou e no Tiempo de Juego, um programa de rádio. Recentemente, “El Pipo” foi eleito pela resvista Sports Illustrated um dos meios-campistas da seleção da década do Campeonato Espanhol, deixando Figo, Ronaldinho e Zidane no banco de reservas.
Para quem quiser, disponibilizo aqui a despedida do Baraja no Mestalla.
Parte 1 | Parte 2
Rubén Baraja
Nascimento: 11 de julho de 1975, em Valladolid, Espanha
Posição: Meio-campista
Clubes como jogador: Valladolid (1993-96), Atlético de Madrid (1996-2000) e Valencia (2000-10)
Títulos: 2 Campeonatos Espanhóis (2001-02 e 2003-04), 1 Copa UEFA (2003-04), 1 Supercopa da Europa (2004) e 1 Copa del Rey (2007-08)
Seleção espanhola: 43 jogos e 7 gols
Nascido em Valladolid, Baraja começou no futebol em casa e com 18 anos iniciou sua caminhada no time B pucela. Porém, ele só jogou três anos pelo clube da cidade natal, onde ora estava com os profissionais, ora alinhava junto à segunda equipe. “El Pipo” mostrou qualidade e chamou a atenção do Atlético de Madrid, que acabou o contratando para sua filial. Jogando em Madrid, ele evoluiu muito seu jogo, mas fez seu debute na equipe principal colchonera apenas no último ano que vestiu rojiblanco. Mostrando boa precisão nos passes, arremates de fora da área e bolas paradas, além de visão de jogo e força no jogo aéreo, Baraja foi vendido ao Valencia.
Foi com os Ches que Baraja alcançou o sucesso e se tornou integrante da seleção espanhola. A primeira convocação ao time principal da Roja veio no ano do debute no Valencia, em 2000, e a partir daí, chamados da fúria ocorreram até 2005. Baraja representou o país na Copa do Mundo de 2002 e na Eurocopa de 2004. Nas duas competições a Espanha não foi bem. No Mundial, perdeu para Coréia do Sul, nas oitavas de final, em jogo recheado de polêmicas. Já na Euro disputada em Portugal, os espanhóis fizeram pior e foram eliminados na primeira fase, no grupo que contava com os futuros campeão (Grécia) e vice (Portugal) do torneio. Um ano após o fracasso na competição europeia, o meia deixou La Roja, onde jogou 43 vezes e marcou sete gols.
Baraja se tornou um ídolo Ché, pois era um líder em campo, e juntamente com Albelda formou uma das duplas de meias-centrais mais completas dos anos 2000. Ambos (Albelda era reserva e participou do segundo tempo) estavam na final da Liga dos Campeões de 2000-01, quando o forte Bayern de Munique só venceu os valencianistas na disputa de pênaltis. Porém o auge foi alcançado sob o comando de Rafa Benítez, quando o Valencia fez frente a Barcelona e Real Madrid por pelo menos quatro anos. Primeiro Baraja foi titular da equipe, que venceu La Liga em 2001-02 com sete pontos de vantagem para o vice-campeão Deportivo e contando com a melhor defesa do campeonato.
A grande temporada ocorreu em 2003-04. “El Pipo” foi um dos pilares dos Ches, que venceram três títulos durante a temporada. Dessa vez o vice-campeonato ficou com o Barcelona e novamente a defesa – protegida por Baraja – recebeu o prêmio de menos vazada de La Liga. Mas a grande conquista foi a Copa UEFA. A forte equipe campeã contava com Cañizares, Ayala, Marchena na defesa, Albelda, Baraja e Vicente no meio e a dupla Angulo e Mista no ataque. Na final, o Marseille de Drogba não conseguiu evitar a derrota por 2 a 0. De quebra, o valencianos ainda levaram a Supercopa da Europa ao vencer o Porto – já sem Mourinho e Deco – por 2 a 1, o importante Baraja anotou o primeiro da conquista e foi eleito o melhor jogador da partida, pela UEFA.
O Valencia perdeu alguns atletas importantes das conquistas e Rafa Benítez também se foi. Porém, Baraja seguiu na equipe e ainda fez parte de mais um elenco campeão. Em 2008, era o capitão da equipe que contava com David Villa e David Silva e que se sagrou campeã da Copa del Rey sobre o Getafe.
Depois da última conquista, Baraja seguiu com Los Che mais dois anos, até se aposentar no final da temporada 2009-10. Frente ao Tenerife, no dia 16 de maio, ele fez sua última partida como valencianista, que ocorreu em “sua casa”, o Mestalla. Ao entrar em campo, os jogadores fizeram o famoso pasillo para recebê-lo e algumas crianças fizeram um mosaico no gramado, com seu apelido e seu número: Pipo 8. Além disso, ele recebeu uma placa de agradecimento do Valencia. Quando foi substituido, entregou a faixa de capitão ao companheiro Marchena e saiu de campo sendo aplaudido de pé sob gritos de "Pipo, Pipo!". Ao final do jogo, retornou ao gramado, agradeçeu aos torcedores e foi carregado pelos companheiros. No Valencia, foram dez anos, cinco títulos, 262 jogos e 42 gols, números que deixam “El Pipo” marcado na história dos Che.
Hoje Baraja trabalha como comentarista de futebol em duas frentes na Espanha, a televisão valenciana, Canal Nou e no Tiempo de Juego, um programa de rádio. Recentemente, “El Pipo” foi eleito pela resvista Sports Illustrated um dos meios-campistas da seleção da década do Campeonato Espanhol, deixando Figo, Ronaldinho e Zidane no banco de reservas.
Para quem quiser, disponibilizo aqui a despedida do Baraja no Mestalla.
Parte 1 | Parte 2
Rubén Baraja
Nascimento: 11 de julho de 1975, em Valladolid, Espanha
Posição: Meio-campista
Clubes como jogador: Valladolid (1993-96), Atlético de Madrid (1996-2000) e Valencia (2000-10)
Títulos: 2 Campeonatos Espanhóis (2001-02 e 2003-04), 1 Copa UEFA (2003-04), 1 Supercopa da Europa (2004) e 1 Copa del Rey (2007-08)
Seleção espanhola: 43 jogos e 7 gols
Ta aí um cara que eu nunca tive um pingo de vergonha de falar que é meu ídolo. um jogador que eu nunca critiquei durante esses 11 anos torcendo pro Valencia. Grande, Baraja! Grande texto, Pedro.
ResponderExcluirAbraços!
Gostava de jogar com ele no FIFA 2005.
ResponderExcluirMas ñ vim pra falar sobre isso. Faço parte do Net Esportes, e queremos um postador para o futebol da Espanha. Gostamos do trabalho de vocês, mas não sabemos quem escolher.
Talvez vocês possam mandar um "representante" para o nosso blog. Ou pelo menos nos autorizar a utilizar o conteúdo de vocês no nosso blog em troca de publicidade.
Caso queiram fazer parte da Equipe Net Esportes:
http://net-esportes.blogspot.com
Conto com vocês!
Valeu!
Max dos Santos
Olá, Max. Fui eu quem fundei o blog e venho, no nome de todos integrantes, pedir obrigado pelo convite, mas estamos com a agenda cheia, ficaríamos sem tempo para postar no seu site.
ResponderExcluirMas se você quiser usar o conteúdo daqui (com os devidos créditos, obviamente) está permitido.
Abraço!
Olá, Rodrigo. Compreendo a agenda lotada, já passei por isso no início do Net Esportes, entre maio e outubro, e contataremos toda vez que um artigo do Quatro Tiempos for publicado.
ResponderExcluirMas, para facilitar, pode assinar um feed, no topo da página, inserindo seu e-mail, OK?
Abraço!
Ah, e me explica por quê "Quatro Tiempos"? É meio que importante...
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