Elias, em sua apresentação: para encaixá-lo no esquema, Quique deve mudar o time para um 4-2-1-3 (EFE)
Um sonho de consumo era Mascherano. O argentino marca bem e, no início de carreira, sabia levar a bola para o ataque. Com o tempo, perdeu essa segunda característica. Mesmo assim, poderia ficar mais fixo atrás e dar liberdade ao colega de meio-campo (outro sonho do Atlético na época era Riquelme). No entanto, o volante valorizou-se muito no Liverpool e ficou inatingível financeiramente.
Entre as dezenas de contratações polêmicas, exageradas ou mal avaliadas da direção colchonera, as posições de meias internos (os volantes da linha de quatro) foram as mais movimentadas. Além dos atuais postulantes às vagas (Raúl García, Paulo Assunção, Tiago e Mario Suárez), já estiveram no setor Cléber Santana, Maniche, Costinha, Thiago Motta e Banega (por empréstimo). Nenhum deu a consistência necessária.
A contratação do corintiano Elias seria mais uma da série. Mas há uma chance de dar certo, pelas características do brasileiro. O meia-volante não tem o poder de marcação de Costinha, Thiago Motta e Raúl García. No entanto, compensa pela capacidade de levar a bola para os meias de armação, ajudar em tabelas e aparecer como homem-surpresa no ataque. Dos nove nomes tentados pelo Atlético, Maniche tinha essa característica, mas só quando vestia a camisa da seleção portuguesa. Em clubes, nunca convenceu.
Com Elias, o Atlético continuará precisando de um volante que fique mais firme na marcação. Mas Sánchez Flores terá mais um jogador para avançar e ajudar na frente. Isso tiraria um peso de Forlán e Agüero (responsáveis por 50% dos gols do time em La Liga) e integraria melhor Reyes e Simão.
Além disso, o brasileiro nem está tão caro pelo que já gastou o time madrileno recentemente, se os € 7 milhões divulgados pela imprensa estiverem corretos. O clube pagou mais que isso em Cléber Santana (€ 8 milhões), Raúl García (€ 13,5 milhões) e Maniche (€ 9,5 milhões). Costinha chegou por € 6,5 milhões, mas já tinha mais de 30 anos e, na prática, também é uma contratação mais cara. Até porque o ex-corintiano defende a seleção brasileira e tem bom potencial de revenda.
O sucesso de Elias no Atlético de Madrid depende muito de sua capacidade de adaptação ao futebol europeu e de o clube controlar suas crises psicológicas. Mas, tecnicamente falando, a contratação pode se encaixar muito bem em um time que precisa de unidade tática para ser grande como quer se considerar.
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