No desenrolar-se da rodada, vimos um novo tropeço do Barcelona diante dos seus afficionados, a força do Sevilla de Manzano e, enfim, do Real Madrid de Mourinho e vimos uma nova vitória do Villarreal, na segunda colocação. Ponto para a dupla da Comunidade Valenciana, lider e vice-lider da competição (Valencia e Villarreal, respectivamente).
Real Madrid 6x1 Deportivo
Se o Real Madrid e os seus atacantes sofriam pela falta de pontaria, pode-se dizer que isso passou. No confronto contra o Deportivo, os merengues desencantaram e em alto estilo: cinco dos seis gols foram marcados por jogadores ofensivos (Zé Castro marcou um gol contra). Ante um inocente Deportivo, que apenas opôs resistência, o Real Madrid fez sua melhor partida na temporada. Os gols foram consequência do bom jogo da equipe de Mourinho, que, para a alegria da torcida, deu um tempo para o promissor Juan Carlos entrar em campo. O canterano entrou com personalidade, recebendo bola, indo armar o time e sendo importante nas infiltrações pelo lado esquerdo. A partida dibulhou o panorama ideal para este Madrid, que apenas tardou quatro minutos para solucionar o choque. Cristiano se antecipou a Lopo em um escanteio lançado por Özil para abrir o placar e acabar com qualquer resistência do Deportivo. O Madrid cresceu de tal maneira que acabou engolindo seu rival. Com esse gol, a ansiedade de Cristiano sumiu e a da equipe também. Porém, não serviu para Cristiano encontrar a solidariedade para com seus companheiros.
O Real Madrid consumiu um mês de competição com seus torcedores mais entretidos com as atuações de seu técnico e suas coletivas do que com o jogo da equipe. Os momentos para disfrutar foram tão escassos que cada partida só servia para alimentar as dúvidas nascidas das partidas anteriores. A decepção que o jogo madridista gerava só poderia ser contrastada com os dados estatísticos, os pontos e com a previsibilidade de um projeto em construção. O Madrid precisava de uma partida brilhante para que o conectasse com a torcida e com sua própria auto estima. Nesse momento, se deparou ante um inofensivo Deportivo, que lhe estendeu um tapete vermelho até a vitória. Um triunfo tão brilhante quanto contundente, indiscutível desde os números até o jogo. Se viu contra esse Depor, o melhor Madrid: mais certeiro nas finalizações e bem mais lúcido. E tudo isso chegou sem o trio de volantes, mirando mais para a meta contrária do que para a sua própria meta.
Sevilla 3x1 Atlético de Madrid
Está claro que algo mudou no Sevilla. E, dessa vez, não foi a sorte. A equipe saiu pra jogar de outra forma em campo. Dominadora, possuidora da posse de bola, vertical e inteligente, com critério na circulação da bola e contundente. E muito bem na parte física, ao menos durante uma hora, tempo que durou o vendaval futebolístico que pôs fim a resistência do Atlético de Madrid. E pode colocar tudo isso na conta de Gregório Manzano, junto com o efeito Renato. A partida começou com o desgosto de saber que Navas não estava em condições de jogo e com a surpresa da escalação definida por Manzano. Além de Guarente e Cigarini, o até hoje intocável Zokora ficou de fora do onze inicial para que Renato jogasse - muitos anos depois - na frente da defesa e Romaric fosse pra frente do brasileiro, como se fosse um 4-5-1. Não mais surpreendente foi a pouco valente aposta de Quique. Três meio-campistas e a esperar atrás como se o Atlético fosse uma equipe pequena.
O Sevilla em campo pareceu simples, sem a necessidade de fazer Zokora correr como um louco no meio de campo. Bastou aos volantes apenas boa colocação, sentido de jogo e saídas rápidas. Mario Suárez, Tiago e Assunção não estavam sabendo da festa. A partir dessa linha, o campo estava inclinado a favor do Sevilla. Perotti convertia o lado direito em sua pista particular e Kanouté voltara a ser um gigante ante os defensores do Atlético. O resto foi questão de tempo. De Gea e a sorte se aliaram com o Atlético até que no minuto 28 de partida, Negredo, depois de linda jogada de Perotti, fez um golaço e começou a abrir os caminhos para a goleada do Sevilla, que já anima os torcedores com Gregório Manzano no banco de reservas.
Barcelona 1x1 Mallorca
No Camp Nou, mais um tropeço do Barcelona diante de 77.770 espectadores. Antes da partida, homenagens para ídolos do passado e do presente. O mítico time de 1952-53, conhecido como Barcelona das cinco copas, foi homenageado pela direção blaugrana, assim como time de futebol feminino, campeão da Copa da Catalunha. E os aplausos da noite ficaram, como de praxe, para Lionel Messi. Ganhador da chuteira de ouro, ele ofereceu o prêmio ao Camp Nou inteiro, sendo ovacionado pelo afficionados presente no estádio. Nas quatro linhas, vimos um Barcelona arrasador, mas sentindo a falta de seu principal cérebro. Sem Xavi, lesionado, Guardiola resolveu colocar Keita, recuando um pouco Iniesta para a posição do jogador de Terrasa. Em boa parte do primeiro tempo, o Barcelona chegou a ter incríveis 90% da posse de bola, porém só soube resolver em ocasiões de gol uma vez. Após triangulação de Daniel Alves, Pedro e Messi, o canário deixou de calcanhar para o argentino pegar com extrema categoria e astucia e marcar o um a zero. Após isso, o Barcelona mostrou-se um time "estrelinha", querendo fazer gols bonito, ponto principal para o revés.
Na primeiro chegada do Mallorca, Valdés evitou o gol em chute de Nsue espalmando para a linha de fundo. Mas, na cobrança de escanteio, não teve jeito: De Guzman cruzou, Milito e Piqué dormiram no ponto e o meio-campista apareceu para rematar de cabeça e empatar. No segundo tempo, o Barcelona mostrou-se irreconhecível, ansioso, nem sombra do primeiro tempo e Laudrup, esperto, percebeu rapidamente isso. O dinamarquês, que havia mandando para campo um 4-2-2-2, recuou seu time para um 4-3-2-1 e deu um nó tática em um Guardiola perdido. O dinamarquês percebeu o nervosismo dos blaugranas em busca dos três pontos e a atuação apática do mesmo para postar muito bem sua defesa e os volantes para auxiliar os atacantes. Pereira entrou muito bem, ajudando a defesa e segurando a bola com inteligência - deu até caneta no Iniesta. Faltou para o Barça pontaria e inspiração. Bojan irritou os torcedores de todas as maneiras. Não acertou um passe, uma finalização e foi fominha ao extremo. Além disso, não apareceu para buscar jogo, como deve fazer um camisa nove. A equipe ainda está se acertando neste início de temporada, no mínimo, conturbado, mas depender de Bojan pra suprir qualquer ausência no ataque vai ser complicado. E ontem foi a prova disso.
Villarreal 2x0 Racing Santander
No El Madrigal, o Villarreal segue mostrando sua força. Na quinta vitória consecutiva dos castellonenses (que se encontram na segunda colocação), o Villarreal aproveitou o estado de graça que vivem Bepe Rossi e, principalmente, Nilmar. Os dois foram os principais responsaveis pela vitória amarilla marcandos os gols da partida. A pegada de sua dupla de ataque foi o ponto principal para a vitória do time da Comunidade Valenciana. O Racing Santander teve mais a posse de bola, mas sente a falta de um jogador criativo no meio-campo, função à qual Canales cumpria com extrema categoria, apesar da pouca idade. O Villarreal teve muitas ocasiões de gols, mas teve um certo excesso de preciossismo para rematar a partida. O primeiro tempo começou com um Racing entusiasmado, que tinha posse de bola e dominava o encontro. O domínio verdiblanco, porém, durou apenas oito minutos, quando Nilmar fez o primeiro gol (seu sexto na competição - artilheiro da Liga) e o Villarreal passou a aproveitar os espaços dados pelo time de Santander.
Getafe 3x0 Hércules
O Getafe recuperou sua identidade no ritmo de Dani Parejo, que conduziu e orquestrou o time de Valdebebas. O Hércules, que vem dando trabalho para os principais times, não foi um rival à altura dos madrileños. O Hércules foi vítima do jovem criado nas canteras merengues, aquele que chegou a deixar Alfredo Di Stefano emocionado. O Getafe tentava esquecer a péssima imagem deixada após o tropeço na Liga Europa contra o Young Boys, time bem inferior ao seu. Os azulones mostraram um futebol de boa qualidades, com boas triangualações, marcação cerrada e precisou de quarenta e cinco minutos para decidir o confronto. O gol "especial" foi marcado por Miku, que homenageou Mario, lesionado que pode perder o resto da temporada.
Almería 1x1 Málaga
No Juegos Mediterraneos, o Almería dominou todas as ações da primeira etapa e teve mais ocasiões para ir aos vestiários com extrema vantagem contra um Málaga que ficou só na retranca esperando alguma ação errada dos rojiblancos para contra-atacar. Mostra do maior perigo dos almerienses foram os remates de fora da área, todos ele bem concluidos por Pablo Piatti. Principal jogador do Málaga neste início de temporada, Quincy Abeyie não foi brilhante, sendo bem marcador por Carlos García, mas foi decisivo: logo aos quatro minutos, penetrou na área rojiblanca e disparou um chute cruzado de esquerda para vencer Diego Alves. Mas, após cruzamento de Piatti - jogador mais participativo do Almería -, Uche empatou de cabeça, pondo números finais na partida.
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ESCALAÇÃO DA RODADA
Aouate (Mallorca); Sergio Ramos (Real Madrid), Pepe (Real Madrid), Marchena (Villarreal), Marcelo (Real Madrid); Xabi Alonso (Real Madrid); Özil (Real Madrid), Piatti (Almería), Dani Parejo (Getafe); Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Higuaín (Real Madrid).
Futebol espanhol, Campeonato Espanhol, Seleção Espanhola, Copa del Rey, Liga Adelante, Canteras
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Resumo: 6ª Rodada (2ª Parte)
Cristiano Ronaldo: ele deixou o ansiedade de lado, desencantou e marcou duas vezes no, enfim, show do Real Madrid (defensacentral)
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