David Villa, o maior artilheiro da história da seleção espanhola, não estará presente na Eurocopa. O que Vicente Del Bosque fará? (AS)
O mistério acabou: David Villa não irá à Eurocopa. Por meio de um comunicado, a RFEF antecipou que o atacante asturiano não será chamado por Vicente Del Bosque no próximo dia 27, quando o treinador irá divulgar a lista com os 23 nomes que irão tentar o tricampeonato europeu para a Espanha. Por meio de seu twitter pessoal, Villa lamentou sua ausência: “Tentei até o final, mas não poderei estar 100% para a Eurocopa. Hoje,
liguei para o treinador para comunicá-lo disso. Fui honesto", postou. Pelo visto, a decisão foi toda do Guaje, que fraturou a tíbia num confronto contra o Al-Saad, em dezembro, válido pelo Mundial de Clubes. O blog não irá entrar em detalhes, mas Villa fará falta.
Atualmente, o atacante azulgrená está cinco meses sem disputar uma partida oficial. Sem estar apto para jogar, a não presença do Guaje fez falta para o Barcelona durante esse período, o que ficou mais evidenciado na reta final da temporada, nas partidas contra o Chelsea e Real Madrid. Sem as imprevisíveis entradas pelas diagonais do camisa sete pela esquerda, os blaugranas concentraram muito seu jogo pelo centro, sendo presa fácil da retranca, sobretudo, montada pelo time londrino. Outro problema em questão foi o fato de Xavi ter abdicado muito de seu lancamento longo visando David. Além disso, seus substitutos, Tello e Cuenca, deixaram a desejar, mostrando que não tem cacife e muito menos o poder de decisão do ex-Valencia, o maior artilheiro da história da Fúria e um dos principais responsáveis pelo título mundial de 2010.
Na cabeça de Del Bosque, a ausência de Villa, mesmo num estado físico abaixo do desejado, não seria problema. As declarações do treinador nascido em Madrid nos últimos meses mostraram plena convicção de que seu principal atacante estaria à sua disposição na Polônia e Ucrânia. Logo após o amistoso contra a Venezuela, quando Soldado anotou três gols, Del Bosque mostrou cautela nos elogios ao atacante ché, indicando que não seria titular pela vaga de Villa estar garantida.
A Espanha, principalmente após a Copa, tem jogado de maneira mais diferente. O meio-campo, bastante povoado de volante, não arma com tanta intensidade como o pré-Copa. A manuntenção da posse de bola continua, mas os deveras deslocamentos de Iniesta à esquerda do atacante ratifica que isso não faz bem à seleção - nem para o Barcelona, quando utilizado dessa forma. Com Busquets, Xabi Alonso e Xavi, distante do local onde mais gosta de atuar, formando a meiuca do 4-3-3, o setor fica bastante pesado. A Roja toca, toca, toca e nada de finalização a gol. Principal atributo de Villa, suas finalizações farão falta.
A menos de um mês da estreia na competição europeia (10 de junho, contra a Itália), Del Bosque, pelo visto, não tem alternativas a Villa. Nos próximos dias, fará três amistosos que deverão cravar sua decisão e sentenciar o modo de jogar espanhol na Eurocopa. Contra Sérvia, Coreia do Sul e China, o madrilenho preciará testar três formações diferentes. Afeito ao 4-3-3 e ao 4-2-3-1, predominou contra a Venezuela a última tática, dando a entender que, sem Villa, Del Bosque vai jogar com um centroavante de ofício na referência de seu esquema. O 4-4-2 utilizado à época de Aragonés e contra Chile, Portugal e Paraguai na Copa, nunca mais foi testado. A confiança do treinador em Llorente e Soldado não é das maiores, o que explica a convocação de Fernando Torres, que cresceu de produção na reta final de temporada. Pelo visto, El Niño chega para ser titular.
O que pode não acontecer se o campeão mundial resolver repetir o módulo tático proposto contra Inglaterra, República Tcheca e Escócia, nos últimos jogos de 2011. Vimos uma Espanha à Barcelona: Silva e Fàbregas revezavam na posição de falso nove, o que para mim, à época, foi um claro sinal de que Torres seria reserva na Euro (só não estava no meu plano e de Del Bosque a lesão de Villa, dois meses depois). Aconteceu, porém, que contra a seleção mais forte das três, a Inglaterra, a dupla inexistiu, criando mais problemas para o madrilenho, que parecia convicto de barcelonizar a Roja. Contudo, Silva e Fàbregas dificilmente jogarão juntos novamente: nesses três jogos, Xavi esteve indisponível por lesão. Fase por fase, o blaugrana deverá sentar o banco mais uma vez.
Os cortes
Antecipa o Marca de hoje que Vicente Del Bosque irá cortar um lateral, um meia-atacante e um centroavante. Mesmo sendo destaque no último jogo, Soldado não tem sua presença garantida: entre ele e Llorente, o treinador optou pelo basco. Na lateral, Iraola, Juanfran e Monreal disputam uma vaga; Muniain, Jesus Navas, Pedro e Adrián, duas no flancos do campo; e Negredo e Soldado, uma no ataque. Convocado por Luis Millá para compromissos da sub-21, é possível que Muniain seja um dos cortados. Lembrem-se que Puyol, que irá operar o joelho, também está fora.
Para o blog
O time seria: Iker Casillas (Real Madrid); Andoni Iraola (Athletic Bilbao), Sergio Ramos (Real Madrid), Gerard Piqué (Barcelona), Jordi Alba (Valencia); Sergio Busquets (Barcelona), Xabi Alonso (Real Madrid); David Silva (Manchester City), Xavi (Barcelona), Andrés Iniesta (Barcelona); Fernando Torres (Chelsea). Os cortados: Juanfran, Muniain, Pedro e Negredo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário