Jogadores do Levante fazem a festa no Ciutat de Valencia. A melhor temporada de sua história foi coroada com a vaga na Liga Europa (getty images)
Levante 3x0 Athletic Bilbao
A parte azulgrená da cidade de Valencia está em festa. Pela primeira vez em seus 103 anos de história, a equipe do norte espanhol vai disputar uma competição europeia. A equipe sensação da temporada, que ficou no topo da tabela desde o início da competição, é coroada com a vaga na Liga Europa, apesar de ter disputado pau-a-pau uma vaga na Champions League em 37 das 38 rodadas do campeonato. É preciso ter noção de quão importante é essa vaga na segunda principal competição europeia. Há dois anos, o clube quase fechou devido a uma crise interna e chegou a entrar em lei concursal. A volta por cima foi regada de festa e fogos de artifícios após término do jogo. O Athletic Bilbao, com o psicológico por água abaixo após a derrota na final da Liga Europa, nada fez e só olhou o Levante passear de uma maneira mais estratosférica que o Atlético de Madrid, quatro dias antes.
Málaga 1x0 Sporting Gijón
Teve festa também em Málaga. O projeto do Sheik Abdulla-Al Thani converteu-se em realidade. Um ano após confirmar a compra do Málaga e prometer que faria essa equipe disputar a LC, um gol de Rondón, sempre decisivo, sacramentou a vaga dos blanquiazules na próxima competição. Quarto colocado, os andaluzes poderão enfrentar pedreiras do tipo do Tottenham e Braga (se o Chelsea não for o campeão da atual edição no próximo sábado) ou equipes como Spartak Moscou e Dínamo de Kiev. Do outro lado, o Sporting Gijón chegou no La Rosaleda virtualmente rebaixado. Tendo que triunfar, o que já seria difícil, e torcer para derrotas de Zaragoza e Rayo Vallecano, os asturianos sabiam que seria difícil. Pior para Javier Clemente, que chega ao seu quarto descenso na carreira.
Getafe 0x2 Zaragoza
Pelo terceiro ano consecutivo, o Zaragoza se salva do rebaixamento. Depois de passar mais da metade da Liga na última colocação, a reta final dos maños foi digna de elogios, o que valeu para chegar na última rodada dependendo apenas de si para continuar na elite espanhola. E, assim como em 09/10 e 10/11, os blanquillos não decepcionaram. Foram a Madrid, derrotaram um Getafe sem aspirações para mais nada e cravaram a manuntenção na primeira divisão. Dois nomes merecem elogios múltiplos. Manolo Jiménez, que trouxe ânimo a uma equipe desacreditada, e Apoño, super decisivo na reta final. Seus cinco gols nos últimos oito jogos valeram por tudo. A fánatica torcida maña, que não desiste, invadiu o Coliseum Alfonso Pérez, transformando-o num "mini-La Romareda". Foram 12 pontos de desvantagem tirados pela equipe de Aragão, um sinal claro de fé.
Rayo Vallecano 1x0 Granada
Em 2007, o Barcelona estava próximo de conquistar o tri-campeonato. Vencia o dérbi por 2x1 e via o Real Madrid perder em Aragão para o Zaragoza, fatores que recolocavam os azulgrenás na ponta da Liga a uma rodada do fim. Entretanto, um personagem entrou definitivamente para a história do dérbi: Raúl Tamudo. El Ratón anotou o gol de empate dos péricos nos minutos finais, tirando a taça de Barcelona. O tento foi batizado de Tamudazo. Cinco anos depois, a Liga BBVA conheceu outro Tamudazo. O cenário era outro: o Rayo Vallecano estava a dois minutos de cair para a Liga Adelante. Eis que Tamudo apareceu. Aproveitou um chute na trave dado por Michu e, sozinho, cabeceou para salvar o Rayo e levar Vallecas à loucura. O gol, contudo, foi irregular, apesar de validado. O catalão estava em posição irregular. Após o jogo, Michu confirmou ter pedido aos jogadores do Granada para que deixassem o Rayo fazer um gol, que salvaria as duas equipes. Polêmica.
Villarreal 0x1 Atlético de Madrid
As consequências do gol polêmico de Tamudo resultaram no El Madrigal. O Atlético de Madrid entrou em campo literalmente para cumprir tabela. Quatro dias depois de conquistar a segunda Liga Europa de sua história, parecia não centrado no jogo. Simeone foi a campo com uma equipe mista, mas promoveu a entrada de Falcão restando déz minutos para o término. Contudo, El Tigre é sedente por ir às redes. Uma firme cabeçada, aos 44 minutos do segundo tempo, ligou o alerta do Villarreal, que ainda não estava sendo rebaixado. Dois minutos depois, a trágica notícia: Tamudo havia marcado em Vallecas e o Villarreal, pela primeira vez na temporada, entrando na zona de rebaixamento. A estratégia inicial de Lotina deixou claro que o Submarino Amarelo estava temerário quanto ao jogo. Foi a campo num 4-3-3 defensivo, com Marchena, Bruno e Marcos Senna no meio-campo, para lá de pesado. O El Madrigal entrou em choque após o tento do colombiano. Sobre o rebaixamento amarillo, falamos mais detalhado aqui.
Real Madrid 4x1 Mallorca
O campeão da temporada não queima a gordura. Em campo com apenas uma modificação em relação a escalação habitual durante a competição (Higuaín por Di María), os merengues fizeram mais quatro gols, chegaram a sensacionais 121 na competição, e quebraram outro recorde com a vitória: terminam a Liga 2011/2012 com 100 pontos, deixando para trás a marca do Barcelona 09/10, de 99 pontos. Outro que obteve uma marca importante foi Cristiano Ronaldo. Autor do primeiro gol, o gajo marcou em todas as 19 equipes da primeira divisão. Na comemoração da conquista após o jogo, Higuaín deu uma declaração que deixou uma sensação de adeus. "Foram lindos seis anos aqui. Vou guardar para sempre", disse. Apesar da insistência de Mourinho em dizer que Pipita fica, seu futuro deve ser longe de Chamartín.
Bétis 2x2 Barcelona
Na despedida de Guardiola da Liga Espanhola, o Barcelona sofreu. Como de costume quando visita o estádio bético. Em campo devido a lesão de Pinto, Víctor Valdés viu seu quatro troféu Zamora ficar por um fio. A expulsão de Daniel Alves, com futuro no Barcelona em dúvida, condicionou o jogo. O Bétis poderia ter feito mais, mas não fez, e ainda viu Keita empatar no final e impedir que Guardiola se despedisse da competição com a qual conquistou três durante seu período na Catalunha com um revés. Messi não marcou, mas ficou com o Pichichi histórico. Foram 50 gols em 37 jogos, o maior artilheiro da história da Liga BBVA. Pela primeira vez desde o Athletic Bilbao de 1947/48, uma equipe leva o Zamora e o Pichichi, mas não vence o campeonato. À época, o campeão foi o Valencia.
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