Considerado o "artilheiro dos gols bonitos" na Espanha, Forlán teve de 2010 um ano perfeito (getty images)
De quatro em quatro anos, o mundo do futebol volta os olhos exclusivamente para a Copa do Mundo. Não é para menos, pois lá estão os maiores craques e selecionados do planeta. Mas em 2010, em especial, ocorreu uma particularidade que pegou o torcedor de surpresa. Contrariando todas as expectativas, que colocavam Messi, Cristiano Ronaldo, Sneijder, Kaká e Robben como principais candidatos ao prêmio de craque do Mundial, Diego Forlán brilhou e levou a desacreditada seleção uruguaia às semifinais da competição.
O resultado não poderia ser outro: prêmio de melhor jogador do torneio para o atacante da Celeste e do Atlético de Madrid. Diante da concorrência tão qualificada, certamente foi um feito inesperado, mas para quem acompanha a carreira dele, sobretudo nos últimos anos no futebol espanhol, a conquista é uma grande recompensa para um jogador que sempre batalhou por sua seleção e pelos clubes que passou, e que conseguiu dar a volta por cima quando foi bastante contestado no Manchester United, primeiro clube europeu a apostar em seu talento.
Aos 22 anos, Forlán desembarcou em Old Trafford com uma grande expectativa, mas em pouco tempo passou a ser perseguido pelos torcedores. Pressionado, Forlán não conseguiu corresponder às expectativas criadas sobre ele durante os dois anos e meio em que esteve na Inglaterra. Apesar disso, ele ainda levantou três troféus: a Premier League de 2002/03, e, em 2003/04, a FA Cup e Community Shield. Sua passagem em Manchester findou com apenas 17 gols em 98 partidas. Mas foi na Espanha, a partir da temporada 2004/05, que Forlán virou de fato o goleador nato que todos projetavam. Depois de assinar contrato com o Villarreal, o uruguaio não perdeu tempo e descambou a fazer gols na Liga Espanhola, transformando-se no artilheiro do campeonato e da Europa (ao lado de Henry, do Arsenal), com 25 tentos.
No ano seguinte, a média já não foi a mesma, mas ao lado do argentino Riquelme, Forlán comandou o submarino amarelo na inédita campanha na Liga dos Campeões em 2005/06, onde a equipe chegou até a semifinal. Um ano mais tarde, em sua última temporada pelo Villarreal, Diego voltou a aumentar o aproveitamento, e com os 19 gols marcados, se tornou o maior goleador da história do Villarreal na primeira divisão com 54 gols. Suas excelentes marcas o credenciaram, em 2007, para ser o substituto de Fernando Torres no Atlético Madrid, após o espanhol se transferir para o Liverpool.
Mais uma vez, Forlán não decepcionou. Somando-se os jogos pela La Liga e por competições europeias, ele atingiu a marca de 23 gols. Um prenúncio do que aconteceria temporada seguinte. Em 2008/09, ele “abusou” de marcar gols. Foi o goleador disparado da Liga Espanhola com 32 gols em 33 jogos, e ainda assinalou mais três tentos em outras competições, tornando-se desta vez o artilheiro maior da Europa de forma isolada. Forlán ainda se ressentia, porém da falta de conquistas coletivas. Tal feito só veio em maio deste ano e contou com sua participação decisiva. Nos jogos finais, contra Valencia, Liverpool e Fulham, Forlán foi o responsável por cinco dos seis gols que o Atléti marcou, sendo que dois deles foram na final que terminou 2 a 1 para os Colchoneros.
Copa 2010: a consagração
Depois de uma atuação tímida na estreia contra os franceses, Forlán foi decisivo em praticamente todos os jogos. Contra a África do Sul, marcou duas vezes, na vitória que deixou os uruguaios muito próximos das oitavas de final. No dois jogos seguintes, passou em branco, mas participou ativamente das jogadas que deram a vitória por 1 a 0 e 2 a 1 contra México e Coreia do Sul.
A partir daí, Forlán fez três jogos perfeitos, com gols em todos os jogos. Primeiro, foi autor do gol de empate contra Gana nas quartas, na memorável classificação por pênaltis. Depois, na semifinal e na decisão de terceiro lugar, marcou nas derrotas por 3 a 2 contra a Holanda e Alemanha, sendo este último uma obra-prima de voleio, considerado o mais belo gol da competição, fechando com chave de ouro uma participação brilhante da desacreditada seleção uruguaia.
Por todos esses ingredientes, o prêmio de melhor jogador do torneio não poderia ter ficado em outras mãos, pois Forlán, além de desequilibrar em campo, foi o principal responsável pela recuperação da auto-estima de um futebol que, nos últimos 40 anos, estava completamente desacreditado. Os uruguaios agradecerão para sempre.
Diego Forlán
Nome completo: Diego Forlán Corazo
Data de nascimento: 19/05/1979
Local de nascimento: Montevidéu, Uruguai
Clubes: Peñarol, Danubio/URU, Independiente/ARG, Manchester United, Villarreal e Atlético Madrid
O resultado não poderia ser outro: prêmio de melhor jogador do torneio para o atacante da Celeste e do Atlético de Madrid. Diante da concorrência tão qualificada, certamente foi um feito inesperado, mas para quem acompanha a carreira dele, sobretudo nos últimos anos no futebol espanhol, a conquista é uma grande recompensa para um jogador que sempre batalhou por sua seleção e pelos clubes que passou, e que conseguiu dar a volta por cima quando foi bastante contestado no Manchester United, primeiro clube europeu a apostar em seu talento.
Aos 22 anos, Forlán desembarcou em Old Trafford com uma grande expectativa, mas em pouco tempo passou a ser perseguido pelos torcedores. Pressionado, Forlán não conseguiu corresponder às expectativas criadas sobre ele durante os dois anos e meio em que esteve na Inglaterra. Apesar disso, ele ainda levantou três troféus: a Premier League de 2002/03, e, em 2003/04, a FA Cup e Community Shield. Sua passagem em Manchester findou com apenas 17 gols em 98 partidas. Mas foi na Espanha, a partir da temporada 2004/05, que Forlán virou de fato o goleador nato que todos projetavam. Depois de assinar contrato com o Villarreal, o uruguaio não perdeu tempo e descambou a fazer gols na Liga Espanhola, transformando-se no artilheiro do campeonato e da Europa (ao lado de Henry, do Arsenal), com 25 tentos.
No ano seguinte, a média já não foi a mesma, mas ao lado do argentino Riquelme, Forlán comandou o submarino amarelo na inédita campanha na Liga dos Campeões em 2005/06, onde a equipe chegou até a semifinal. Um ano mais tarde, em sua última temporada pelo Villarreal, Diego voltou a aumentar o aproveitamento, e com os 19 gols marcados, se tornou o maior goleador da história do Villarreal na primeira divisão com 54 gols. Suas excelentes marcas o credenciaram, em 2007, para ser o substituto de Fernando Torres no Atlético Madrid, após o espanhol se transferir para o Liverpool.
Mais uma vez, Forlán não decepcionou. Somando-se os jogos pela La Liga e por competições europeias, ele atingiu a marca de 23 gols. Um prenúncio do que aconteceria temporada seguinte. Em 2008/09, ele “abusou” de marcar gols. Foi o goleador disparado da Liga Espanhola com 32 gols em 33 jogos, e ainda assinalou mais três tentos em outras competições, tornando-se desta vez o artilheiro maior da Europa de forma isolada. Forlán ainda se ressentia, porém da falta de conquistas coletivas. Tal feito só veio em maio deste ano e contou com sua participação decisiva. Nos jogos finais, contra Valencia, Liverpool e Fulham, Forlán foi o responsável por cinco dos seis gols que o Atléti marcou, sendo que dois deles foram na final que terminou 2 a 1 para os Colchoneros.
Copa 2010: a consagração
Depois de uma atuação tímida na estreia contra os franceses, Forlán foi decisivo em praticamente todos os jogos. Contra a África do Sul, marcou duas vezes, na vitória que deixou os uruguaios muito próximos das oitavas de final. No dois jogos seguintes, passou em branco, mas participou ativamente das jogadas que deram a vitória por 1 a 0 e 2 a 1 contra México e Coreia do Sul.
A partir daí, Forlán fez três jogos perfeitos, com gols em todos os jogos. Primeiro, foi autor do gol de empate contra Gana nas quartas, na memorável classificação por pênaltis. Depois, na semifinal e na decisão de terceiro lugar, marcou nas derrotas por 3 a 2 contra a Holanda e Alemanha, sendo este último uma obra-prima de voleio, considerado o mais belo gol da competição, fechando com chave de ouro uma participação brilhante da desacreditada seleção uruguaia.
Por todos esses ingredientes, o prêmio de melhor jogador do torneio não poderia ter ficado em outras mãos, pois Forlán, além de desequilibrar em campo, foi o principal responsável pela recuperação da auto-estima de um futebol que, nos últimos 40 anos, estava completamente desacreditado. Os uruguaios agradecerão para sempre.
Diego Forlán
Nome completo: Diego Forlán Corazo
Data de nascimento: 19/05/1979
Local de nascimento: Montevidéu, Uruguai
Clubes: Peñarol, Danubio/URU, Independiente/ARG, Manchester United, Villarreal e Atlético Madrid
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