terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Rumo ao ouro

Mata e Thiago disputarão a Euro e já afirmaram que estão à disposição de Luis Milla para jogar as Olimpíadas (telegraph)

No calendário da Federação Espanhola de Futebol há duas datas marcadas em negrito. A primeira é o dia 1 de julho, a final da Eurocopa. A segunda, o 11 de agosto. Às vésperas do encerramento dos Jogos Olímpicos, o ouro olímpico no futebol estará em disputa. Conquistar a medalha não é uma obsessão como no Brasil, quando a seleção sempre entra pressionada a ganhar algo nunca conquistado antes em sua história. Até pelo fato de já estar no currículo espanhol uma conquista em Olimpíadas (Barcelona 92'). Mas a seleção que vai a Londres é ambiciosa e chega, talvez, como máxima favorita, ao lado do Brasil.

Chegar à medalha irá requer bastante trabalho e mais futebol. Apesar do título Sub-21 europeu, os comandados de Luis Milla passaram por alguns apuros não previsto antes do torneio. A vitória suada na semifinal ante a Bielorússia evidenciou algums problemas da Rojinha. A marcação pressão feita pelos bielorrussos atrapalhou muito a saída de jogo; Javi Martínez ficou sobrecarregado; e a bola pouco chegou em Adrián. A vitória veio no talento. Quando nervosa e em situação de adversa, a seleção olímpica mostra-se frágil. Hoje, Milla terá pela frente um amistoso para definir e ajustar a equipe. Contra o Egito, são duas as importancias do confronto: o adversário é um dos que estarão em Londres e não há muitas datas específicas para se trabalhar o elenco. Daqui até a estreia nas Olimpíadas, há, além do jogo de hoje, apenas mais uma data FIFA disponível.

Quase todos os adeptos do futebol recordam o gol de Kiko naqueles dias loucos de Barcelona em 1992, mas não tanto que a Fúria leva 12 anos sem participar dos Jogos. A última participação, em 2000, acabou em medalha de prata, após derrota para Camarões na final. A vantagem da seleção hoje é o fato de contar com um grupo forte, coeso e que atua juntos já há algum tempo. Jogadores como Mata, Javi Martínez e Muniain são os principais em suas equipes e Thiago Alcântara é um dos canteranos mais promissores do Barcelona. Os craques do elenco já estão acostumados a lidar com a pressão e os jogos grandes. Há de se destacar que o regulamento do torneio permite levar três futebolistas maiores de 23 anos. A ideia da comissão técnica é não chamar nenhuma estrela da seleção principal, e sim o winger do Chelsea, o zagueiro-volante do Athletic Bilbao e Adrián López, artilheiro do Sub-21. Para Milla, não há de misturar seu trabalho com o de Del Bosque. Outro nome que não está descartado é Capel, sempre com boas apresentações pelas seleções de base e em boa temporada no Sporting de Lisboa.

Trata-se de dar prioridade àqueles que estiveram no título continental. Como a referência da UEFA é o início das eliminatórias, quem nasceu a partir de janeiro de 1988 pode ser chamado. Naturalmente, Milla aproveitou para incluir veteranos no grupo parcial. O treinador convocou seis jogadores que atuaram na principal para o torneio: Azpilicueta, Capel, Javi Martínez, Mata, Thiago Alcântara e Montoya. A Espanha precisa aproveitar como puder as oportunidades de desenvolver um grupo habituado a decidir para suceder a geração vitoriosa de Casillas, Xavi, Iniesta e Villa. Esses jogadores têm a chance de guiar a seleção a mais conquistas futuramente. E, passo a passo, levar o bi olímpico já seria um belo início.

O exemplo germânico está aí. Quando os garotos da Alemanha esmagaram a Inglaterra por 4 a 0 na decisão da Euro sub-21 de 2009, ensaiavam uma inesquecível Copa com a seleção principal no ano seguinte. Neuer, Jerome Boateng, Khedira e Özil, titulares na África do Sul, arrebentaram no torneio. O fato é que a seleção espanhola da categoria é muito boa. E pensar no ouro é algo real.

Time do colunista: De Gea (Manchester United); Montoya (Barcelona B), Botía (Sporting Gijón), Álvaro Domínguez (Atlético de Madrid), Didac Villà (Espanyol); Javi Martínez (Athletic Bilbao), Ander Herrera (Zaragoza); Mata (Chelsea), Thiago Alcântara (Barcelona), Muniain (Athletic Bilbao); Adrián (Atlético de Madrid).

Atualização 18h33
A Seleção Sub-21 acabou de vencer o Egito por 3x1. Enquanto a seleção de Mano suava para virar contra a Bósnia, a remontada roja saiu com tranquilidade e paciência. Álvaro Vázquez (duas vezez) e Koke marcaram. Curiosidade: a dupla é um dos bons valores da equipe Sub-20, a mesma que caiu para o Brasil no Mundial da categoria no ano passado. É difícil pensar nos dois como titular, mas é um plus de nível ao elenco. Milla iniciou o jogo num 4-3-3 ofensivo com Mariño (Villarreal B); Montoya (Barcelona B), Botía (Sporting Gijón), Álvaro Domínguez (Atlético de Madrid), Dídac Villà (Espanyol); Oriol Romeu (Chelsea), Ander Herrera (Athletic Bilbao), De Marcos (Athletic Bilbao); Cuenca (Barcelona), Adrián (Atlético de Madrid), Capel (Sporting Lisboa).

2 comentários:

  1. Sempre lembrando que Fernando Torres/Villa pode ficar fora da euro. Seja por lesão (Villa) ou questões técnicas (Torres). Seria um plus gigantesco para brigar pelo OURO.

    Abraços

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  2. Refere-se a probabilidade de Fernando Torres ou Villa disputarem os Jogos Olímpicos?

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