Abre o olho você, Gregorio Manzano! Atlético de Madrid começa temporada mal, se vê imerso em crise e já tem o nome do treinador ligado a uma possível demissão (getty images)
No início do ano, escrevi sobre os problemas da retaguarda do Atlético de Madrid, que afetava, à medida em que ia falhando, o desempenho da equipe treinada à época por Quique Sánchez Flores. Naquele período, o fracasso retumbante dos rojiblancos já era plausível: a equipe ocupava a sétima colocação da Liga Espanhola, acabara de ser eliminado da Copa del Rey pelo arquirrival Real Madrid e na Liga Europa, onde era o atual detentor do título, passou vergonha ao ser eliminado na fase de grupos, que tinha Aris, Bayer Leverkusen e Rosenborg. Ainda é cedo para prever o futuro dos colchoneros na atual temporada, mas, pelo que parece, o caminho é, novamente, o fracasso.
Os comandados de Gregorio Manzano pontuaram apenas 13 vezes em 36 pontos possíveis e estão na décima-primeira colocação. A sete posições da zona de Champions League, o Atléti tem dez pontos a menos que o Levante, último da zona da principal competição europeia. É essa a realidade do Atlético de Madrid após disputar doze rodadas do campeonato. Um saldo mais do que negativo para uma equipe que foi reformulada para ser a terceira força do futebol espanhol e que no mercado gastou 68 milhões de euros - equipe europeia que mais gastou no verão. O milionário e ambicioso projeto colchonero começa a ter contornos de desespero e crise. Em outubro, os rojiblancos capricharam: venceram apenas um de seis jogos (cinco na Liga e um na Liga Europa). A imagem de Gregorio Manzano tem sido bastante negativa. Um grupo de torcedores chegaram a cantar o nome de Luis Aragonés no jogo contra o Zaragoza, há duas semanas. O treinador campeão europeu com a seleção espanhola confirmou o desejo de treinar a equipe da capital, embora o presidente Enrique Cerezo já tenha afirmado que os rumores sobre um possível contato com o madrilenho não passa de especulações.
Quais seriam as causas para o novo fracasso atleticano? Excesso de rotações de Manzano? Falta de um líder? Forma física longe do ideal? Bem, todos os fatores supracitados acima são motivos da má temporada madrilenha, somada a mais alguns que serão citados ao longo do texto. A começar, o sistema de rotação que Gregorio Manzano implantou na equipe não tem feito muito bem. Para se ter uma noção, o técnico jienense não repetiu uma vez sequer a mesma formação nas doze rodadas da Liga BBVA. Portanto, falta uma base, um padrão de jogo, que é fundamental para uma equipe em formação como este Atlético de Madrid. Não bastasse, a cada jogo é um módulo tático diferente: começou no 4-3-3, passando pelo 4-4-2 a rombo, com Reyes na armação, até o 4-2-3-1 usado no último jogo antes da pausa para a Data Fifa.
A escassez de um líder dentro e fora de campo também tem feito falta. Desde a saída de Simão e Forlán, a faixa de capitão não para quieta. Na atual temporada, tem rodado com louvor: até o momento, cinco jogadores já a usaram (Álvaro Domínguez, Perea, Antonio López, Mario Súarez e Gabi). O time também segue cometendo erros graves na defesa, principalmente, e no centro do campo que estão castigando-os severamente. Falta contundência e tranquilidade na hora de resolver situações difíceis na zona defensiva e na saída de jogo. O contra-ataque, característica histórica da equipe rojiblanca, desapareceu por completo em 2011/2012. As transições, atualmente, têm sido bastante lenta, a ponto de não surpreender nenhuma defesa rival. Manzano ordena que seus jogadores do meio-campo optam pela cadenciação do jogo, ao invés do passe rápido. Os laterais pouco ajudam nas jogadas ofensivas.
Há muito pouco jogo coletivo no Atlético. Falcão García, por exemplo, tem sofrido com a falta de suporte ao seu estilo de jogo. El Tigre não é Agüero, que saia da área diversas vezes para construir jogadas. O colombiano necessita que a bola chegue ao seus pés para criar perigo. Mesmo tendo feito 9 gols em 14 jogos, o ex-Porto poderia ter aumentado esses seus números. Diego chegou sob expectativas de ser um maestro que há muito tempo não se via em Manzanares. Porém, Manzano tem escalado o brasileiro aberto pelo flanco, resultando na queda de seu futebol. A ligação meio-ataque está distante e, na tentativa de uma jogada individual, o resultado tem tornado-se praxe: perda da bola.
A desmotivação de jogadores-chaves tem sido um problema a mais para Manzano. O principal caso é o de Reyes. O camisa 10, jogador responsável por assumir a liderança da equipe, passou de um jogador especial para o treinador a um a mais. Hoje, Reyes não tem sua titularidade "garantida". Em todos os jogos que começou como titular, apenas em dois não foi substituido. O divórcio entre Manzano e Reyes está cada vez mais em evidencia, como comprovado no País Basco. Ao ser substituido no início do segundo tempo do jogo em San Mamés, o meio-campista ofendeu o treinador: "que troque sua puta madre", esbravejou. Reyes pediu desculpas publicamente ao treinador no dia seguinte, mas não escapou de ficar de fora da convocatória por três partidas consecutivas. Manzano negou qualquer tipo de problema com o jogador, mas como já diz o velho ditado: onde há fumaça, há fogo.
O elenco também passa por problemas físicos. Falta pegada e velocidade nas jogadas. Nas jogadas individuais, o desfavorecido sempre tem sido o rojiblanco. Nos últimos minutos de jogos a equipe está dividida em duas, dando sinais inequívocos de exaustão. As mudanças realizadas por Manzano ao longo das partidas não tem favorecido em nada e, inclusive, chegam a provocar efeito retardado. As substituições não tem conseguido reações, nem sequer revolucionam a partida. O psicológico nunca foi uma virtude do Atléti durante esses anos e nesta temporada já caiu por água abaixo.
A derrota acachapante sofrida para o Barcelona quando os rojiblancos viviam sua melhor fase na temporada foi o principal divisor d'águas do Atlético de Madrid de Manzano. Atualmente, a equipe sofre com as consequência da dura derrota no Camp Nou (5 a 0) e, desde aquele dia, as coisa têm ido de mal a pior. Àquela altura da temporada, os rojiblancos planejavam uma temporada com boas notícias e os aficionados já estavam ilusionados com a possibilidade de disputa de título. Mas a realidade transbordou no fatídico 24 de setembro, quando Messi deu mais um show e marcou três vezes. A confiança e a auto-estima sumiu na noite chuvosa do sábado de Barcelona.
Os comandados de Gregorio Manzano pontuaram apenas 13 vezes em 36 pontos possíveis e estão na décima-primeira colocação. A sete posições da zona de Champions League, o Atléti tem dez pontos a menos que o Levante, último da zona da principal competição europeia. É essa a realidade do Atlético de Madrid após disputar doze rodadas do campeonato. Um saldo mais do que negativo para uma equipe que foi reformulada para ser a terceira força do futebol espanhol e que no mercado gastou 68 milhões de euros - equipe europeia que mais gastou no verão. O milionário e ambicioso projeto colchonero começa a ter contornos de desespero e crise. Em outubro, os rojiblancos capricharam: venceram apenas um de seis jogos (cinco na Liga e um na Liga Europa). A imagem de Gregorio Manzano tem sido bastante negativa. Um grupo de torcedores chegaram a cantar o nome de Luis Aragonés no jogo contra o Zaragoza, há duas semanas. O treinador campeão europeu com a seleção espanhola confirmou o desejo de treinar a equipe da capital, embora o presidente Enrique Cerezo já tenha afirmado que os rumores sobre um possível contato com o madrilenho não passa de especulações.
Quais seriam as causas para o novo fracasso atleticano? Excesso de rotações de Manzano? Falta de um líder? Forma física longe do ideal? Bem, todos os fatores supracitados acima são motivos da má temporada madrilenha, somada a mais alguns que serão citados ao longo do texto. A começar, o sistema de rotação que Gregorio Manzano implantou na equipe não tem feito muito bem. Para se ter uma noção, o técnico jienense não repetiu uma vez sequer a mesma formação nas doze rodadas da Liga BBVA. Portanto, falta uma base, um padrão de jogo, que é fundamental para uma equipe em formação como este Atlético de Madrid. Não bastasse, a cada jogo é um módulo tático diferente: começou no 4-3-3, passando pelo 4-4-2 a rombo, com Reyes na armação, até o 4-2-3-1 usado no último jogo antes da pausa para a Data Fifa.
A escassez de um líder dentro e fora de campo também tem feito falta. Desde a saída de Simão e Forlán, a faixa de capitão não para quieta. Na atual temporada, tem rodado com louvor: até o momento, cinco jogadores já a usaram (Álvaro Domínguez, Perea, Antonio López, Mario Súarez e Gabi). O time também segue cometendo erros graves na defesa, principalmente, e no centro do campo que estão castigando-os severamente. Falta contundência e tranquilidade na hora de resolver situações difíceis na zona defensiva e na saída de jogo. O contra-ataque, característica histórica da equipe rojiblanca, desapareceu por completo em 2011/2012. As transições, atualmente, têm sido bastante lenta, a ponto de não surpreender nenhuma defesa rival. Manzano ordena que seus jogadores do meio-campo optam pela cadenciação do jogo, ao invés do passe rápido. Os laterais pouco ajudam nas jogadas ofensivas.
Há muito pouco jogo coletivo no Atlético. Falcão García, por exemplo, tem sofrido com a falta de suporte ao seu estilo de jogo. El Tigre não é Agüero, que saia da área diversas vezes para construir jogadas. O colombiano necessita que a bola chegue ao seus pés para criar perigo. Mesmo tendo feito 9 gols em 14 jogos, o ex-Porto poderia ter aumentado esses seus números. Diego chegou sob expectativas de ser um maestro que há muito tempo não se via em Manzanares. Porém, Manzano tem escalado o brasileiro aberto pelo flanco, resultando na queda de seu futebol. A ligação meio-ataque está distante e, na tentativa de uma jogada individual, o resultado tem tornado-se praxe: perda da bola.
A desmotivação de jogadores-chaves tem sido um problema a mais para Manzano. O principal caso é o de Reyes. O camisa 10, jogador responsável por assumir a liderança da equipe, passou de um jogador especial para o treinador a um a mais. Hoje, Reyes não tem sua titularidade "garantida". Em todos os jogos que começou como titular, apenas em dois não foi substituido. O divórcio entre Manzano e Reyes está cada vez mais em evidencia, como comprovado no País Basco. Ao ser substituido no início do segundo tempo do jogo em San Mamés, o meio-campista ofendeu o treinador: "que troque sua puta madre", esbravejou. Reyes pediu desculpas publicamente ao treinador no dia seguinte, mas não escapou de ficar de fora da convocatória por três partidas consecutivas. Manzano negou qualquer tipo de problema com o jogador, mas como já diz o velho ditado: onde há fumaça, há fogo.
O elenco também passa por problemas físicos. Falta pegada e velocidade nas jogadas. Nas jogadas individuais, o desfavorecido sempre tem sido o rojiblanco. Nos últimos minutos de jogos a equipe está dividida em duas, dando sinais inequívocos de exaustão. As mudanças realizadas por Manzano ao longo das partidas não tem favorecido em nada e, inclusive, chegam a provocar efeito retardado. As substituições não tem conseguido reações, nem sequer revolucionam a partida. O psicológico nunca foi uma virtude do Atléti durante esses anos e nesta temporada já caiu por água abaixo.
A derrota acachapante sofrida para o Barcelona quando os rojiblancos viviam sua melhor fase na temporada foi o principal divisor d'águas do Atlético de Madrid de Manzano. Atualmente, a equipe sofre com as consequência da dura derrota no Camp Nou (5 a 0) e, desde aquele dia, as coisa têm ido de mal a pior. Àquela altura da temporada, os rojiblancos planejavam uma temporada com boas notícias e os aficionados já estavam ilusionados com a possibilidade de disputa de título. Mas a realidade transbordou no fatídico 24 de setembro, quando Messi deu mais um show e marcou três vezes. A confiança e a auto-estima sumiu na noite chuvosa do sábado de Barcelona.
Belíssima matéria, Mendes!
ResponderExcluirDepois que o Forlán saiu do Atléti, parece que o time não conseguiu mais se encontrar...
Abraço,
Wilson