Ao empatar em 2 a 2 com a Costa Rica, a seleção espanhola encerrou o 2011 de futebol com uma sensação amarga. Nos jogos oficiais, válidos pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2012, a Espanha não decepcionou, a ponto de vencer todos os jogos. A interrogação ficou por conta do futebol de baixo nível mostrado nos amistosos, principalmente ante as seleções de grande porte. Em 2010, após o título da Copa, foram duas derrotas acachapantes, para Argentina (4-1) e Portugal (4-0). Em 2011, derrotas para Inglaterra e Itália, além de vitórias na base da raça diante de Colômbia e Chile.
Nada que abale o ânimo da Fúria, que segue favorita máxima para o bi-campeonato europeu, mas o olhos já devem serem abertos. Vicente Del Bosque testou várias alternativas, mas passa a impressão de que ainda não tem um plano A definitivo. A má fase de Fernando Torres ainda é um problema. O treinador não sabe se joga com um centroavante de ofício, como no empate contra a Costa Rica (vale destacar: Llorente jogou um tempo, e a Espanha, além de perder por 2-0, quase não levou perigo à meta costariquense), ou se escala David Silva e Cesc Fàbregas de falso nove, a fim de repetir a fórmula do sucesso de Guardiola no Barcelona (escalar Messi de falso nove).
Mas ao abdicar de um centroavante de ofício, Del Bosque cria um problemão. A Espanha precisa acelerar essa busca por um atacante que tenha como vocação buscar o gol. Dois nomes já estão no radar do treinador há um tempo: Negredo e Llorente. O primeiro não é bem um atacante de referência, mas tem produtividade boa pela seleção (cinco gols em sete jogos). O segundo pinta como bom nome, ainda que o técnico relute em dar mais espaço a ele.
Nesse cenário, fica difícil de justificar a ausência por mais tempo de Soldado. O atacante do Valencia fez apenas duas partidas pela Espanha, em 2007, quando defendia o Osasuna. Ele não é um primor de técnica, mas está em evolução e se destaca por finalizar e fazer bem o papel de pivô. Talvez não seja a solução, mas um teste se faz necessário. Independentemente do nome escolhido, a Espanha precisa pensar em uma renovação no ataque. Porque não adianta ter o melhor meio-campo do mundo, se ele não encontrar alguém para finalizar seu trabalho.
Na parte tática, predominou um 4-3-3 com um gosto de fracasso. O meio-campo, principal setor da Fúria, não emplacou com Busquets, Xabi Alonso e Xavi. Iniesta, quando joga adiantado à ponta esquerda, tem uma queda brutal em seu rendimento. O meio-campista já provou que, no meio-campo, em sua posição de origem, é capaz de decidir (vide o amistoso contra o Chile, em setembro). A mudança de tática apareceu somente uma vez, na derrota em Gênova para a Itália, em fevereiro. Voltou o 4-2-3-1 da Copa do Mundo, que, contra os italianos, teve Fernando Torres como referência. El Niño foi mal e deu lugar a Llorente ainda na primeira etapa.
O grande destaque da Espanha de 2011 foi sem dúvida David Silva, o que cria mais problemas para Vicente Del Bosque. O ex-Valencia criticou publicamente o treinador em meados de agosto, ao dizer que só não é titular porque não joga no Real Madrid ou Barcelona. Meia verdade, de fato. O madrilenho insistiu em jogadores desgastados e em má fase até a declaração de Silva. A cega insistência em Pedro ou Xabi Alonso em detrimento de Silva no banco não era plausível. Bastou Del Bosque tirar Pedro da equipe titular para colocar Silva que a Espanha fez suas duas melhores partidas no ano, contra República Tcheca (0-2) e Escócia (3-1). (Victor Mendes)
O jogo (Claudio Araujo)
Em dia de falha do goleiro Casillas - que completou 127 jogos na seleção e se tornou o atleta que mais vezes a defendeu, ultrapassando o ex-arqueiro Zubizarreta -, a Espanha ficou no empate por 2 a 2 em amistoso com a Costa Rica, disputado em San Jose. Vindos de derrota por 1 a 0 para a Inglaterra, em Wembley, os campeões do mundo não se encontraram no primeiro tempo. Para piorar, Casillas se atrapalhou ao tentar um domínio com os pés e, aos 31 minutos de bola rolando, viu o meia Brenes empurrar para as redes e inaugurar o marcador. Antes do intervalo, Campbell ampliou para 2 a 0.
Na etapa final, a Fúria melhorou e foi em busca do empate. Villa foi quem mais apareceu em condições de finalizar, tentou de todos os jeitos, de bicicleta, de fora e de entro da área, mas não conseguia superar o goleiro Navas. Nos minutos finais, finalmente, a Espanha jogou com campeã do mundo. Aos 38 do segundo tempo, Iniesta cruzou para David Silva diminuir. Aos 45, Villa aproveitou cruzamento de Cazorla e cabeceou para empatar e evitar o segundo revés consecutivo.
Nada que abale o ânimo da Fúria, que segue favorita máxima para o bi-campeonato europeu, mas o olhos já devem serem abertos. Vicente Del Bosque testou várias alternativas, mas passa a impressão de que ainda não tem um plano A definitivo. A má fase de Fernando Torres ainda é um problema. O treinador não sabe se joga com um centroavante de ofício, como no empate contra a Costa Rica (vale destacar: Llorente jogou um tempo, e a Espanha, além de perder por 2-0, quase não levou perigo à meta costariquense), ou se escala David Silva e Cesc Fàbregas de falso nove, a fim de repetir a fórmula do sucesso de Guardiola no Barcelona (escalar Messi de falso nove).
Mas ao abdicar de um centroavante de ofício, Del Bosque cria um problemão. A Espanha precisa acelerar essa busca por um atacante que tenha como vocação buscar o gol. Dois nomes já estão no radar do treinador há um tempo: Negredo e Llorente. O primeiro não é bem um atacante de referência, mas tem produtividade boa pela seleção (cinco gols em sete jogos). O segundo pinta como bom nome, ainda que o técnico relute em dar mais espaço a ele.
Nesse cenário, fica difícil de justificar a ausência por mais tempo de Soldado. O atacante do Valencia fez apenas duas partidas pela Espanha, em 2007, quando defendia o Osasuna. Ele não é um primor de técnica, mas está em evolução e se destaca por finalizar e fazer bem o papel de pivô. Talvez não seja a solução, mas um teste se faz necessário. Independentemente do nome escolhido, a Espanha precisa pensar em uma renovação no ataque. Porque não adianta ter o melhor meio-campo do mundo, se ele não encontrar alguém para finalizar seu trabalho.
Na parte tática, predominou um 4-3-3 com um gosto de fracasso. O meio-campo, principal setor da Fúria, não emplacou com Busquets, Xabi Alonso e Xavi. Iniesta, quando joga adiantado à ponta esquerda, tem uma queda brutal em seu rendimento. O meio-campista já provou que, no meio-campo, em sua posição de origem, é capaz de decidir (vide o amistoso contra o Chile, em setembro). A mudança de tática apareceu somente uma vez, na derrota em Gênova para a Itália, em fevereiro. Voltou o 4-2-3-1 da Copa do Mundo, que, contra os italianos, teve Fernando Torres como referência. El Niño foi mal e deu lugar a Llorente ainda na primeira etapa.
O grande destaque da Espanha de 2011 foi sem dúvida David Silva, o que cria mais problemas para Vicente Del Bosque. O ex-Valencia criticou publicamente o treinador em meados de agosto, ao dizer que só não é titular porque não joga no Real Madrid ou Barcelona. Meia verdade, de fato. O madrilenho insistiu em jogadores desgastados e em má fase até a declaração de Silva. A cega insistência em Pedro ou Xabi Alonso em detrimento de Silva no banco não era plausível. Bastou Del Bosque tirar Pedro da equipe titular para colocar Silva que a Espanha fez suas duas melhores partidas no ano, contra República Tcheca (0-2) e Escócia (3-1). (Victor Mendes)
O jogo (Claudio Araujo)
Em dia de falha do goleiro Casillas - que completou 127 jogos na seleção e se tornou o atleta que mais vezes a defendeu, ultrapassando o ex-arqueiro Zubizarreta -, a Espanha ficou no empate por 2 a 2 em amistoso com a Costa Rica, disputado em San Jose. Vindos de derrota por 1 a 0 para a Inglaterra, em Wembley, os campeões do mundo não se encontraram no primeiro tempo. Para piorar, Casillas se atrapalhou ao tentar um domínio com os pés e, aos 31 minutos de bola rolando, viu o meia Brenes empurrar para as redes e inaugurar o marcador. Antes do intervalo, Campbell ampliou para 2 a 0.
Na etapa final, a Fúria melhorou e foi em busca do empate. Villa foi quem mais apareceu em condições de finalizar, tentou de todos os jeitos, de bicicleta, de fora e de entro da área, mas não conseguia superar o goleiro Navas. Nos minutos finais, finalmente, a Espanha jogou com campeã do mundo. Aos 38 do segundo tempo, Iniesta cruzou para David Silva diminuir. Aos 45, Villa aproveitou cruzamento de Cazorla e cabeceou para empatar e evitar o segundo revés consecutivo.
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