*Como todo irmão carinhoso, o blog dá espaço para comentar e analisar Portugal, adversário da Espanha na semifinal da Eurocopa e vizinho ibérico do país das touradas
O craque: Cristiano Ronaldo é a grande ameaça para acabar com a hegemonia espanhola (getty images)
No dia 29 de junho de 2010, Portugal se despediu da Copa do Mundo nas oitavas-de-finais. Na África do Sul, a equipe treinada por Carlos Queiroz viu a Espanha ser seu grande algoz. Na Cidade do Cabo, sofreu ante o jogo de posse de bola e troca de passes espanhóis e foi uma das presas da futura campeã mundial. À época, o clima nos bastidores não era dos melhores e boa parte dos jogadores estavam insatisfeitos com a gerência do treinador. Nesta quarta-feira, quase dois anos depois, os rivais ibéricos voltam a se enfrentar. Dessa vez, valendo vaga na grande final da Eurocopa. A Espanha é favorita, mas diferentemente do confronto no Mundial os gajos vêm com enormes expectativas de vitória. Além do confronto de dois anos atrás, Espanha e Portugal se encararam recentemente na Eurocopa de 2004. No jogo decisivo da fase de grupos, os portugueses, anfitriões do torneio, despacharam a Fúria precocemente com um gol de Nuno Gomes. A história do confronto está do lado espanhol: em sete jogos oficiais, quatro vitórias e apenas uma derrota.
Após passar de fase num grupo considerado da morte, a confiança do selecionado luso aumentou. A evolução da equipe desde a eliminação na África até o confronto de amanhã é notória. E boa parte dos créditos têm que ser direcionados a Paulo Bento, treinador que assumiu a seleção após o fracasso no Mundial. A troca de comando durante as eliminatórias foi crucial para a recuperação do ânimo do público e
dos jogadores. Cristiano Ronaldo, um dos principais jogadores da Eurocopa até o momento, foi um dos mais favorecidos após a chegada do ex-volante de Benfica e Sporting Lisboa (na Espanha, atuou no Oviedo). Acostumado
a jogar isolado no ataque à época de Queiroz, o dono da camisa sete se
sente mais à vontade com o novo treinador, que o coloca
para atuar na posição onde mais gosta: à esquerda do ataque, como no
Real Madrid. Ronaldo, contudo, não se limita somente a esquerda e tem liberdade para flutuar em qualquer parte do ataque, confundindo a defesa adversária.
Nem todos, porém, subiram no mesmo barco.
Desentendimentos com o técnico fizeram com que Ricardo Carvalho e
Bosingwa se afastassem da seleção.
Sua escolha para o cargo não era exatamente uma unanimidade entre o
público. Em seus seis anos no Sporting, não conseguiu ganhar um
campeonato nacional, limitando-se a quatro títulos de copas. Naturalmente,
só existe um José Mourinho, e não está em seus planos imediatos assumir
a seleção agora, embora tenha se colocado à disposição para dirigir
interinamente a equipe após a saída de Queiroz. As suspeitas
sobre Paulo Bento rapidamente desapareceram com os resultados, e os
temores de que ele adotaria um esquema excessivamente defensivo não se
confirmaram. Apesar do pouco tempo para trabalhar, conseguiu implantar
disciplina tática e conquistar a confiança do grupo de jogadores. O
elenco ficou ao seu lado após as brigas com Carvalho e Bosingwa.
As mudanças são significativas em praticamente cada posição do campo. No gol, a principal para muitos. Após uma boa participação na Copa do Mundo, Eduardo esqueceu todo seu futebol no Genoa, onde caiu substancialmente de produção e falha à rodo. No continente africano, foi um dos poucos que teve atuações positivas. Manteve a porteira intacta ante Costa do Marfim e Brasil e evitou uma derrota mais trágica contra a Espanha. Tentando recuperar prestígio, voltou a Portugal para defender o Benfica, mas não demorou muito para perder a titularidade para Artur. O bom Rui Patrício, após uma grande temporada com o Sporting de Lisboa, é o preferido de Paulo Bento para a posição.
A defesa também passou por reajustes. Os problemas extracampos com Ricardo Carvalho, que renunciou a seleção após ter sido sacado do time titular, no início da temporada passada foi visto como uma dor de cabeça para o treinador. Até o amistoso contra a Turquia, o último antes da partida contra a Alemanha, na estreia na Eurocopa, o setor passava muita desconfiança. Os três gols sofridos diantes do turcos geraram uma incógnita que, curiosamente, foi esquecida durante a competição: está bastante sólido e vê em Pepe um líder nato. O jogador do Real Madrid, que fora muito utilizado como volante na seleção, é um mago e passa a sustentação necessária para o esquema de Paulo Bento. Tem feito partidas impecáveis (aliás, vem de uma temporada praticamente perfeita) e é o melhor zagueiro da competição ao lado do alemão Hummels. A outra mudança foi na lateral direita, onde o valencianista Ricardo Costa deu a vez a João Pereira, contratado pelo clube ché no início do mês. Fábio Coentrão, na esquerda, é sinônimo de jogadas perigosas pelo setor onde está o ponto mais fraco da Espanha: Arbeloa.
O meio-campo tampouco se livrou das mudanças. O sumiço de Pepe na volância foi substituído pelas importantes presenças de Miguel Veloso e João Moutinho. Miguel faz as vezes de Pepe na Euro e permite a Raúl Meireles, único sobrevivente da meiuca em relação à Copa, ficar menos sobrecarregado e jogar mais liberado, aparecendo como elemento surpresa nos ataques. Moutinho, que acabou cortado do Mundial, é o cérebro português. Comparado com Xavi pela imprensa lusa, o jogador do Porto é o grande articulador de jogadas. Dos pés deles, nascem as melhores oportunidades de Portugal. Os trio é muito bem disciplinado taticamente e ajudam a defesa quando atacada. Juntos, formam um meio-campo coeso e batalhador, principal esperança de Paulo Bento para (tentar) quebrar o fluxo de passes espanhol.
O ataque não passou por muitas mudanças dentro de campo, somente na postura. Cristiano Ronaldo tem atuado em grande nível com Bento e Nani, que entrou no lugar de Simão, é bastante importante no flanco direito. Os dois são as armas portuguesas para o confronto, sobretudo Ronaldo, que, assim como Coentrão, irá encarar Arbeloa pela frente como marcador invidual. Está aí a grande oportunidade do duelo ser decididor a favor dos gajos. Com a lesão do maño Helder Postiga, Hugo Almeida volta ao onze titular.
Em um amistoso em novembro de 2010, um promissor Portugal esmagou a Espanha, que ainda estava de ressaca pelo título mundial conquistado meses atrás. Os críticos portugueses são unânimes quando dizem que aquela foi a melhor atuação de Cristiano Ronaldo com a camisa da seleção. O craque jogou por apenas 45 minutos, o suficiente para fazer a vida de Busquets, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Xabi Alonso um inferno. Os 4x0 poderia ter sido muito mais, caso Nani não tivesse sido egoísta e deixado um golaço do camisa sete ter validado: um toque seu na bola na conclusão da jogada acabou invalidando o gol, por impedimento. O povo português espera uma atuação como essa de 2010 de Cristiano Ronaldo e cia para poder voltar a uma final de Eurocopa.
A Espanha é melhor time, só que denetro de campo é outra história, a única certeza é de um grande jogo ! E vale lembrar, que o golaço invalidado de Cristiano Ronaldo na verdade foi legal, com cabeçada ou sem cabeçada de Nani. No momento que o Cristiano encobre casillas, Nani parte de tras com Pique estirado no chão dando condição.
ResponderExcluirpoderia enviar um e-mail para contato@querosershark.com?
ResponderExcluirgostaria de fazer um anuncio no site site mas não encontrei o email.
obrigado