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Tradicional laboratório para jovens jogadores sem chances no time principal, o Real Madrid B hoje disputa a terceira divisão espanhola e luta para voltar aos seus melhores dias. E, ao que tudo indica, isso poderá acontecer em breve. Afinal de contas, quando a política do clube é de investir em “galácticos”, os jogadores mais velhos da base que não conseguem espaço no time de cima acabam descendo um degrau e, levados ao time B, podem ter as suas evoluções acompanhadas de perto.
No entanto, em um processo que em tese facilitaria a inserção no time principal, nem todos os garotos que se destacam têm oportunidades. O caso da equipe que conseguiu o acesso para a Liga Adelante em 2004/05 é bem ilustrativo. Comandados por Juan Ramón López Caro, os meninos da filial sobraram na fase inicial e conseguiram, merecidamente, a classificação nos play-offs. Entre os destaques da equipe, porém, o único que conseguiu vingar com a equipe principal foi o polivalente Álvaro Arbeloa, que não teve muitas chances na época, mas retornou ao clube por cima após boas passagens por Deportivo La Coruña e Liverpool.
No entanto, em um processo que em tese facilitaria a inserção no time principal, nem todos os garotos que se destacam têm oportunidades. O caso da equipe que conseguiu o acesso para a Liga Adelante em 2004/05 é bem ilustrativo. Comandados por Juan Ramón López Caro, os meninos da filial sobraram na fase inicial e conseguiram, merecidamente, a classificação nos play-offs. Entre os destaques da equipe, porém, o único que conseguiu vingar com a equipe principal foi o polivalente Álvaro Arbeloa, que não teve muitas chances na época, mas retornou ao clube por cima após boas passagens por Deportivo La Coruña e Liverpool.
O time montado por López Caro contava basicamente com jogadores nascidos entre 1983 e 1987. Alguns deles, como o atacante Roberto Soldado e o meia José Manuel Jurado, eram estrelas das seleções espanholas de base e já gozavam de certo prestígio no clube, sendo relacionados de vez em quanto pelo então técnico dos profissionais, Vanderlei Luxemburgo, para compor o banco de reservas da equipe. Soldado, inclusive, chegou a substituir Ronaldo na equipe titular quando o “fenômeno” estava lesionava.
O ponto forte da equipe era a linha ofensiva, que marcou expressivos 60 gols nos 38 jogos da primeira fase, um a menos que Alicante e Lorca, que tiveram os ataques mais positivos de um torneio que reúne 80 clubes. Além de Soldado, artilheiro do time, e Jurado, então winger que contribuiu muito com assistências durante a campanha, vale também ser citado o nome de David Barral, atacante voluntarioso que ajudava a abrir espaços na defesa adversária.
Na defesa, Arbeloa já demonstrava a versatilidade que o caracteriza hoje, mas atuava na maioria das partidas como zagueiro e, então com 21 anos, era um dos jogadores mais experientes do time e ostentava a braçadeira de capitão. O setor era completado por Miguel Palencia na lateral direita, Ángel Robles na zaga e pelo rápido Javier Paredes na lateral esquerda. Destes, apenas o último conseguiu algum destaque e um lugar na primeira divisão espanhola, mais precisamente no Zaragoza.
Além deles, havia na meta um goleiro que muitos acreditam que, se não tivesse Iker Casillas como concorrente, poderia tranquilamente ser titular da equipe principal até hoje. Seguro e confiável, Diego López era um dos pilares do time, marcando presença com grandes defesas quando necessário e passando um pouco de experiência aos mais jovens, pois já tinha 24 anos.
No meio-campo, destacava-se a dupla de volantes composta por Rubén de la Red, então com 20 anos, e Javi Garcia, uma primavera mais novo. Ambos demonstravam muita desenvoltura com a bola nos pés e eram responsáveis pelo equilíbrio de um setor que ainda contava com o discreto Adrián Martin e o também garoto Adrián Gonzalez, 18 anos. O meia Roberto Trashorras, que chegou a ser apontado como o “novo Verón” na base do Barcelona, também foi útil na campanha, mas, aos 24 anos, já não criava tantas expectativas.
O acesso para a segunda divisão veio com uma campanha incontestável: após fazer 76 pontos em 38 jogos na primeira fase, os garotos enfrentaram o Zaragoza B no primeiro play-off e levaram a melhor com um empate sem gols fora de casa e uma vitória por 2 a 0 em casa. Restava apenas o Conquense para enfrentar e o triunfo por 2 a 0 fora de casa dava a impressão de que a conquista seria fácil.
Não foi. Diante de mais de 60 mil pessoas no Estádio Santiago Bernabéu, o Real Madrid B dominou a partida, mas perdeu por 1 a 0 e quase sofreu o segundo gol no final. O resultado, porém, era favorável, e a festa, merecida, acabou sendo o grande momento de glória no clube para vários daqueles garotos.
Nas temporadas seguintes, o Real Madrid Castilla seguiu apresentando outros bons jogadores, como Álvaro Negredo, revelado no Rayo Vallecano, e Juan Manuel Mata, que, sem espaço no clube, foi para o Valencia. Sem aproveitá-los, porém, acaba desperdiçando fortunas em jogadores medianos e, muitas vezes, justificando as reclamações da torcida por “menos cartera y más cantera”. Principalmente quando esta constata que o rival Barcelona, recheado de garotos da base, é o atual campeão espanhol e forma a base da seleção nacional.
Escalação: Diego López, Palencia, Arbeloa, Robles e Paredes; De la Red, Javi Garcia, Adrián, Trashorras e Jurado; Soldado.
O ponto forte da equipe era a linha ofensiva, que marcou expressivos 60 gols nos 38 jogos da primeira fase, um a menos que Alicante e Lorca, que tiveram os ataques mais positivos de um torneio que reúne 80 clubes. Além de Soldado, artilheiro do time, e Jurado, então winger que contribuiu muito com assistências durante a campanha, vale também ser citado o nome de David Barral, atacante voluntarioso que ajudava a abrir espaços na defesa adversária.
Na defesa, Arbeloa já demonstrava a versatilidade que o caracteriza hoje, mas atuava na maioria das partidas como zagueiro e, então com 21 anos, era um dos jogadores mais experientes do time e ostentava a braçadeira de capitão. O setor era completado por Miguel Palencia na lateral direita, Ángel Robles na zaga e pelo rápido Javier Paredes na lateral esquerda. Destes, apenas o último conseguiu algum destaque e um lugar na primeira divisão espanhola, mais precisamente no Zaragoza.
Além deles, havia na meta um goleiro que muitos acreditam que, se não tivesse Iker Casillas como concorrente, poderia tranquilamente ser titular da equipe principal até hoje. Seguro e confiável, Diego López era um dos pilares do time, marcando presença com grandes defesas quando necessário e passando um pouco de experiência aos mais jovens, pois já tinha 24 anos.
No meio-campo, destacava-se a dupla de volantes composta por Rubén de la Red, então com 20 anos, e Javi Garcia, uma primavera mais novo. Ambos demonstravam muita desenvoltura com a bola nos pés e eram responsáveis pelo equilíbrio de um setor que ainda contava com o discreto Adrián Martin e o também garoto Adrián Gonzalez, 18 anos. O meia Roberto Trashorras, que chegou a ser apontado como o “novo Verón” na base do Barcelona, também foi útil na campanha, mas, aos 24 anos, já não criava tantas expectativas.
O acesso para a segunda divisão veio com uma campanha incontestável: após fazer 76 pontos em 38 jogos na primeira fase, os garotos enfrentaram o Zaragoza B no primeiro play-off e levaram a melhor com um empate sem gols fora de casa e uma vitória por 2 a 0 em casa. Restava apenas o Conquense para enfrentar e o triunfo por 2 a 0 fora de casa dava a impressão de que a conquista seria fácil.
Não foi. Diante de mais de 60 mil pessoas no Estádio Santiago Bernabéu, o Real Madrid B dominou a partida, mas perdeu por 1 a 0 e quase sofreu o segundo gol no final. O resultado, porém, era favorável, e a festa, merecida, acabou sendo o grande momento de glória no clube para vários daqueles garotos.
Nas temporadas seguintes, o Real Madrid Castilla seguiu apresentando outros bons jogadores, como Álvaro Negredo, revelado no Rayo Vallecano, e Juan Manuel Mata, que, sem espaço no clube, foi para o Valencia. Sem aproveitá-los, porém, acaba desperdiçando fortunas em jogadores medianos e, muitas vezes, justificando as reclamações da torcida por “menos cartera y más cantera”. Principalmente quando esta constata que o rival Barcelona, recheado de garotos da base, é o atual campeão espanhol e forma a base da seleção nacional.
Escalação: Diego López, Palencia, Arbeloa, Robles e Paredes; De la Red, Javi Garcia, Adrián, Trashorras e Jurado; Soldado.
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