Na coletiva, Vicente Del Bosque mostrou-se confiante. O treinador afirmou que só irá forçar Xavi se o catalão estiver 100% (AS)
Na última quinta-feira, na coletiva pré-jogo contra a Finlândia, Vicente Del Bosque havia afirmado que seria necessário concentrar seus jogadores para o duelo contra os finlandeses antes de ir a Paris para o jogo decisivo contra a França. Para o treinador, os dois jogos teriam valores iguais. Ele parecia adivinhar do que viria pela frente. Na sexta-feira, a Fúria pecou por aquilo em que mais é criticada: o preciosismo. Durante o primeiro tempo, encarou uma super-retranca montada pelo técnico Paatelainen, que fixou duas linhas de quatro protegendo a retaguarda do arqueiro Menp. No entanto, em relação ao Barcelona quando encara retrancas, a Roja apostou nos chutes de fora da área, especialmente de Iniesta e Villa, mas sem resultados.
O gol de Sérgio Ramos no início do segundo tempo jogou por água abaixo o esquema de Paatelainen. Obrigada a sair ao jogo, a Finlândia deixou espaços, não aproveitado pela Espanha, que preferiu cadenciar o jogo. O castigo veio a dez minutos do fim, quando Arkivuo aproveitou a lacuna deixado por Arbeloa na direita e cruzou para Pukki marcar. O lance gerou uma pequena discussão entre o lateral do Real Madrid e Piqué, que teve que cobrir a lateral direita, deixando espaço suficiente para o atacante finlandês anotar seu gol.
Amanhã, às 17h, horário de Brasília, a Fúria irá precisar emular, acima de tudo, seus melhores momentos nos últimos anos para sair do Saint-Denis com três preciosos pontos. No confronto em Madrid, há quatro meses, uma cínica França relegou a bola aos espanhóis durante 90% do tempo e levou perigo ao gol de Casillas em contra-ataques. Deve repetir a estratégia que serviu para tirar dois pontos da seleção de Del Bosque no Vicente Calderón, quando Giroud silenciou o estádio do Atlético de Madrid aos 47 minutos do segundo tempo.
Antes de encarar a Roja, os Bleus fizeram o dever de casa. Contra a Geórgia, uma tranquila vitória por 3×1, que teve Paul Pogba como destaque. O volante de 20 anos é autor de uma grande temporada pela Juventus e começa a mostrar desempenho positivo pela seleção. Ele dominou o meio-campo e fez excelente dupla com Valbuena, autor de um gol e uma assistência para Ribéry marcar. Por outro lado, Didier Deschamps vive um dilema com Benzema. Sem marcar pela França há 10 jogos, o atacante merengue, ainda por cima, foi cobrado por um grupo de extrema direita francês por não cantar o hino nacional do país. Em entrevista à Rádio Marca, Deschamps deixou em evidência sua confiança em Benzema, que “vem jogando bem, mas está dando azar de não ir às redes”.
Na Espanha, Vicente Del Bosque irá esperar por Xavi até o último momento. Com desconfortos musculares, ele foi poupado na última sexta e tem sua participação colocada em xeque. O treinador madrilenho afirmou não querer forçar o uso do meio-campista catalão: se ele não estiver em condições, não irá jogar. Se Xavi não jogar, é provável que Iniesta continue no meio-campo e Mata e Fàbregas disputem uma posição no ataque. À exceção de um apagão que gerou o gol de empate da Finlândia, os defensores têm se comportado bem. Mas encarar uma França que irá apostar no contra-ataque irá requer mais atenção de Arbeloa, que deixa muitos espaços às suas costas. Monreal, pela esquerda, terá que ser tão incisivo quanto Alba, fora da partida por lesão. Del Bosque tende a insistir com Villa no ataque, pois Silva, suspenso, é desfalque confirmado.
Os espanhóis têm a vantagem da alta posse de bola. Mas há a ressalva de que especialmente amanhã será necessário mais profundidade e rapidez na troca de passes para desgastar o meio-campo francês. Diminuir o jogo pelo centro a fim de procurar mais os pontas será crucial. Com Pedro, de fato, a Espanha irá ganhar em incisão pelo flanco. A França, por sua vez, trocou o esquema nos dois últimos jogos contra o selecionado de Del Bosque. Ainda com Laurent Blanc, os Bleus entraram com uma trinca de volantes, abdicando de um meio-campista de ligação. Líder do grupo com 10 pontos, uma vitória colocará os franceses a um passo e meio da Copa.
Para os mais supersticiosos, Paris costuma ser o local de glórias para o esporte espanhol. O maior exemplo é Rafael Nadal, heptacampeão de Roland Garros na capital francesa. Além dele, o ciclista Alberto Contador ganhou duas etapas do Tour da França em Paris, Manuel Maldonado foi medalha de ouro da prova de 1.500 no Europeu de pista coberta de atletismo em 2011 e o Barcelona de Puyol, Xavi e Iniesta voltou a ganhar uma Uefa Champions League no Saint-Denis, palco do clássico desta terça-feira.
Prováveis escalações, de acordo com o Marca.
FRANÇA: Lloris; Jallet, Varane, Sakho, Clichy; Pogba, Matuidi, Valbuena; Benzema, Giroud, Ribery.
ESPANHA: Víctor Valdés; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos, Monreal; Busquets, Xabi Alonso, Iniesta; Villa, Fàbregas (Mata), Pedro.
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