Messi e Villa acabaram com o Rayo Vallecano. O Guaje, após viver um pequeno inferno astral, recuperou sua moral na Catalunha (getty images)
David Villa viveu um período infernal no Barcelona. Após retornar de uma lesão que o tirou dos gramados por quase oito meses, o Guaje se viu rebaixado à terceira opção do ataque barcelonista, sendo muitas vezes preterido por Alexis Sánchez e Tello. Não obstante, ele ainda voltou a sofrer uma lesão muscular no final de janeiro, justamente no período no qual parecia restabelecer sua moral com Tito Vilanova (ou Jordi Roura, se preferir). A saída dele era iminente. De acordo com a imprensa espanhola, houve muito assédio de Arséne Wenger, treinador do Arsenal, para levá-lo a Londres ainda em janeiro.
No entanto, de grão em grão, o treinador percebeu a necessidade de ter um atacante como Villa em seu esquema, que contava com um meio-campista deslocado ao setor mais ofensivo do 4-3-3. Com Pedro em má fase, a Messi-dependência ficou clara. E, após as derrotas para Milan e Real Madrid, o nome do Guaje passou a ser cobrado. Em enquete promovida pelo Diário Sport logo após a eliminação na Copa do Rei para o maior rival, quase 87% dos votantes queriam Villa de titular nos jogos seguintes. E ele mostrou por que ainda tem bola para figurar no onze inicial pelas próximas temporadas.
Na partida seguinte, contra o Sevilla, o camisa sete foi essencial para a construção da vitória apertada. Primeiro porque, escalado como centroavante, testou firme um cruzamento de Daniel Alves e empatou a partida. Segundo porque, de acordo com as estatísticas pós-jogo, ele foi quem mais chutou às redes de Beto. Estava claro que para furar retrancas semelhante à que a equipe andaluza montou (mas não tão feroz quanto a do Milan no San Siro), Villa seria necessário.
O Guaje ratificou sua volta à boa fase na Catalunha na partida decisiva contra o Milan. Roura optou por centralizá-lo, deslocando Messi à ponta direita do ataque, mas com liberdade para concluir as jogadas no centro, como o seu primeiro gol mostrou. Villa foi importante taticamente, puxando os defensores rossoneros para longe do camisa 10 e dando liberdade ao argentino. Faltava um gol, que saiu na segunda etapa. Após recuperação de Mascherano, Xavi acionou o Guaje, que chutou com categoria no ângulo de Abbiatti. A comemoração com raiva foi um sinal de redenção para quem parecia muito próximo de ir embora do Barcelona.
Ontem, contra o Rayo Vallecano, no fechamento da rodada 28, ele fez sua melhor partida na temporada. À esquerda do ataque, Villa se movimentou com louvor, mostrou uma letal conexão com Messi, a quem assistiu duas vezes, e deixou sua marca, após assistência do argentino. Messi à parte, foi o melhor em campo e saiu do Camp Nou ovacionado pelos culés ao término da partida. Em momento de fase decisiva na Champions League, onde os blaugranas irão enfrentar o PSG de Ibrahimovic, Tito Vilanova, que retorna na próxima semana, sabe que poderá contar com Villa, a cada jogo mais confiante e de volta ao seus melhores momentos.
Villa ressurgiu no momento crucial da temporada. Espero que se estenda até a última partida. O Barça precisa dele.
ResponderExcluir