quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Um Messi humano

Pela primeira vez em três anos, Lionel Messi teve férias completas. Sem Copa América ou Copa do Mundo, o argentino se apresentou no primeiro dia programado por Tito Vilanova. Os exames médicos no primeiro dia da pré-temporada apontaram um Messi tão saudável quanto da época do triplete. Os números deles neste início de temporada mostram até uma superioridade em relação a 08/09: são 10 gols e cinco assistências em 10 jogos. Porém, em campo, o desempenho da Pulga é de um humano qualquer.

A máquina de jogar futebol das últimas quatro temporadas é vista somente em lampejos. Aquém do que pode fazer, ele tem se limitado a dar muitos passes para o lado e pouco finalizar ao gol. Mais disciplente do que o comum, as costumeiras arrancadas raras vezes foram vistas nesses primeiros 10 jogos. A questão é que quando Messi resolve ser Messi alguma jogada eficiente sai. Contra o Spartak Moscou, na estreia da Champions League, o argentino passou 75 minutos do duelo despercebido. Nos 15 minutos finais, marcou dois gols e definiu a virada barcelonista. Na vitória contra o Sevilla, no último sábado, foram duas assistências para Fábregas e Villa decretarem a importante e suada vitória na Andaluzia.

Contra o Benfica, novamente vimos um Messi opaco, mas que à medida que o tempo passava se soltava. Ele voltou a mostrar erros primários e escolhas, no mínimo, controversas. A imprensa espanhola demorou para tocar no assunto, mas aos poucos já começa a perceber a faceta humana do camisa 10. Não se trata de questão física porque Messi está, teoricamente, bem. O Diário Sport, antes do compromisso da Argentina contra Paraguai e Peru, noticiou que ele tem jogado com dores desde o final da temporada passada. Isso nos remete a uma declaração de Xabi Alonso na Eurocopa: "naquele jogo (Barcelona 1x2 Real Madrid), o Messi parecia que estava lesionado".

Pode ser, também, uma questão de posicionamento. Com Guardiola, desde 09/10, Messi passou a atuar no centro do ataque com liberdade de movimentação. Ele participava da fluência do jogo no meio junto de Xavi e Iniesta e chegava para concluir as jogadas na frente, um autêntico falso nove. Com Tito Vilanova, La Pulga parece, de fato, um 9. Guardando mais posição do que de costume, tem ficado preso à linha de marcação adversária. Em situações adversas, resolve se prender. O periódico argentino Olé, em setembro, havia publicado uma reportagem especulando que Messi avisou a Alejandro Sabella, técnico da seleção argentina, que preferia jogar como enganche, atrás dos atacantes. O argentino continua decisivo, como os números mostram, mas menos energético em campo.

O texto vem nesse momento porque, como sabemos, domingo tem superclássico. Num momento onde o Barcelona atravessa uma fase cheia de carências, Messi é muito mais do que importante. Mourinho sabe como marcá-lo e ele vai precisar se reinventar. Do outro lado, o rival Cristiano Ronaldo, que começou a temporada tão opaco quanto Messi, começa a mostrar seu real futebol.

Um comentário:

  1. O baixo desempenho de Messi, se deve a Tito Vilanova (entendo as mudanaças do técnico, pq o Barça precisava mudar o estilo de jogo, são 4 temporada jogando praticamente da mesma maneira, tirando claro as variações) mas isso tem anulado o argentino e a equipe como um todo. Nem nos tempos de Rijkaard Messi apareccia tão apagado, como vc disse, até as arrancadas sumiram. Ironicamente agora, ele tem atuado bem na seleção argentina e apagado nos blaugranas.
    Tito precisa mudar o esquema de jogo da equipe, apesar de estar líder na Liga BBVA porque corre o risco de não ganhar nada.

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